“Devíamos sempre aprender a amar-nos; é o único romance que dura a vida inteira”.
Gabriele D’ Annunzio
Aprendemos desde criança que sempre devemos agir de forma a agradar e amar o outro, mas esqueceram de nos ensinar que esse outro também somos nós.
Como podemos oferecer algo, a alguém, se não temos para nós?
Enquanto criança, devido a pouca idade, não tínhamos referencial de mundo por isso a nossa percepção era limitada e acreditávamos em tudo que ouvíamos dos adultos. Muitas vezes de forma subliminar, ou nem tanto assim, vinham as mensagens (na fala ou no comportamento): você não é aceito; você é burro; o outro é mais importante que você, ele está em primeiro lugar e você está ficando para trás; o outro é mais querido, mais bonito, melhor que você; entre outras…
A criança é fortemente influenciada pelo adulto seja ele no âmbito familiar, social, religioso e também de parte da mídia, pois transmitem mensagens que tendem a abalar, gradativamente, a autoestima. Assim a criança pode agir de forma a agradar o adulto só para ser amado, querido, aceito e reconhecido. Desta forma aprendemos a ficar voltados para o externo, com o intuito de corresponder as expectativas dos outros, e conseqüentemente algumas pessoas esqueceram de si.
Isso é um circulo vicioso, a maioria das pessoas faz, faz e faz por que precisam ser “boazinhas”. É assim que aprendemos, devemos ser bonzinhos, se não…
Pois bem, em determinada fase da vida o ser humano percebe que abdicou de vários momentos de sua própria felicidade para proporcionar felicidade a alguém. Nesta hora sente vontade de mudar alguns hábitos, priorizando a si mesmo em relação ao outro, aí entra o conflito: isso é egoísmo ou é amor próprio?
Mas volto a repetir: esse outro também somos nós, e só podemos oferecer o que temos.
Para esclarecer:
Egoísta é a pessoa que coloca em primeiro lugar suas necessidades, desejos e opiniões sem se preocupar com o que o outro pensa ou sente. Sente-se o centro do universo, tudo gira em torno dele, se considera mais importante que os outros. Prioriza seu bem estar em detrimento do outro.
Amor próprio está relacionado a autoestima, é o amor que a pessoa tem por si mesma, autoaceitação, autoconfiança, o valor que se dá. Quanto mais baixa for a autoestima da pessoa menos ela consegue reconhecer o seu valor.
Reconhecer-se, aceitar-se e amar-se faz parte da autoestima elevada, isso não é egoísmo é amor próprio. Quando sentir esse Amor na alma, por si, não apenas racionalmente, estará pronto para Amar o outro, verdadeiramente. Não o amor que o ser humano criou (o amor condicional), mas sim o Amor que vem da Fonte, o Amor Divino (incondicional). Isso só é possível quando nos amamos.
“Amar o próximo como a Si mesmo”. Jesus Cristo
É natural surgir sentimentos de culpa quando se está num processo de apoderar-se do seus direitos e reconhecer o seu valor, por achar que está deixando o outro de lado, mas lembre-se: você não está priorizando o seu bem estar em detrimento do outro.
Qual é o seu nível de aceitação e satisfação com você mesmo?
Ao se aceitar você aceita o outro (o caminho é de dentro para fora e não de fora para dentro). O outro é uma parte de você. Todos vieram da mesma Fonte.
Acredito que o Ser Humano não está na terra para agradar ninguém nem ao menos Deus (ele não vai ficar chateadinho ou triste conosco, como aprendemos… Seu Amor é incondicional), estamos aqui para “expressar Deus” para isso é necessário Amar-nos, em primeiro lugar.